Eu, Tonya

O filme biográfico "Eu, Tonya", dirigido por Graig Gillespie e estrelado por Margot Robbie, narra a trajetória de Tonya Harding, a ex-patinadora artística do gelo que, durante as seletivas para a Olympíada de inverno de 1994, esteve envolvida no caso de agressão física a sua principal concorrente, a patinadora Nancy Karrigan. 

Com roteiro de Stevens Rogers, baseado nas entrevistas de Tonya e de seu ex-marido, Jeff Gillooly, o longa é uma ficção documental que mistura o tragicômico na medida certa, pois chegamos até a nos divertir com os absurdos das situações vividas pelos personagens envolvidos. Através do olhar de Graig Gillespie, o espectador é levado a participar da narrativa, como um observador num divã. 


O diretor faz uso do dispositivo de depoimentos para contar a história a partir de pontos de vista distintos: da imprensa, através da figura do jornalista (Bobby Cannavale), e dos personagens centrais: Tonya (Margot Robbie), Jeff Gillooly (Sebastian Stan), a mãe Lavona (Allison Janney), a treinadora Diane Rawlinson (Julianne Nicholson), e o guarda costas de Tonya, Shawn Eckhardt (Paul Walter Hauser). 


Considerada uma vilã dos esportes norte-americanos, Tonya Harding foi a primeira patinadora norte-americana a conseguir executar o salto triplo Axel, de grande dificuldade técnica, num campeonato profissional, em 1991. Elevada a heroína nacional, a jovem atleta viu sua carreira desmoronar depois que foi comprovado o envolvimento de seu marido no episódio do ataque a Nancy Karrigan, junto com Shawn Eckhardt e Shane Stant, na tentativa de quebrar a perna da patinadora rival com um bastão de metal. Karrigan disputava com Harding uma das duas vagas para integrar a equipe norte-americana nas Olimpíadas de inverno de 1994, em Lillyhammer, na Noruega.  

O filme não vitimiza a personagem central, nem a transforma numa vilã, mas nos faz entender sua história: a origem humilde marcada por constantes agressões físicas; o difícil relacionamento com sua mãe Lavona, que obrigou Tonya a abandonar a escola para poder se dedicar totalmente à patinação; o casamento conturbado com Jeff Gillooly; as dificuldades da carreira no competitivo mundo da patinação no gelo e a superação da atleta; os eventos que culminaram com o incidente; e a luta pela sobrevivência fora das pistas de patinação.

O caso, que ganhou as manchetes internacionais, terminou com a condenação de Harding sendo definitivamente afastada dos campeonatos sob a tutela da Associação de Patinação Americana, que também retirou-lhe os títulos conquistados nos Campeonatos Nacionais em Detroit. Tonya teria um breve retorno às pistas em 1999, pelo Campeonato de patinação profissional da ESPN, que não estava sob controle da Associação. 


Entre os destaques do filme, temos a excelente atuação de Allison Janney como Lavona Harding, a mãe de Tonya. O papel rendeu a atriz vários prêmios na categoria melhor atriz coadjuvante, entre os quais, o Globo de Ouro, o prêmio do Sindicato dos Atores e o Critic Choice Awards. Allison também é uma das indicadas e grande favorita ao Oscar 2018


Margot Robbie também teve um ótimo desempenho, não somente nas pistas de gelo, mas em uma interpretação que capta as contradições da personagem. O papel rendeu a ela os prêmios de melhor atriz em filme de comédia pelo Critics Choice Awards e de melhor atriz pela Australian Academy of Cinema and Television Arts (AACT).  Além de ter recebido indicações em várias outras premiações, Robbie também concorre como melhor atriz ao Oscar 2018. 

O filme "Eu, Tonya" também foi indicado ao Oscar na categoria melhor edição. 

Elisabete Estumano Freire



 Estreia: 15 de Fevereiro.
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