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Motorrad

Trailler de ação, terror e suspense brasileiro, "Motorrad" narra a história de um grupo de motoqueiros que se aventura numa trilha proibida, entrando numa zona de perigo. Dirigido por Vicente Amorim ("Corações Sujos", "Um homem bom"), o longa, que teve sua pré-estreia oficial no Festival de Cinema de Toronto, em 2017, chega agora aos cinemas brasileiros.
Com roteiro de L.G. Bayão ("Heleno", "D.P.A.", "O concurso"), o filme apresenta a história do jovem Hugo (Guilherme Prates), irmão mais novo de Ricardo (Emílio Dantas), líder de um grupo de motocross que decide seguir uma trilha na serra até chegar a uma famosa cachoeira. No caminho, eles descobrem que a trilha foi bloqueada por um muro de pedra. Inconformados, o grupo decide seguir adiante, abrindo uma passagem. 
Do outro lado, Hugo reencontra Paula (Carla Salle), uma misteriosa jovem que ele conheceu num ferro-velho. A moça se junta ao grupo e sugere que eles mudem de rota. A partir daí, eles se deparam com um estranho bando de motoqueiros assassinos, que os perseguem impiedosamente.

O filme, na verdade, causa um certo estranhamento por uma proposta conceitual aparentemente mais voltada ao sensorial. O cineasta economizou nos diálogos, mas não nas ações. Os eventos acontecem num ritmo frenético,  sem muitas explicações, o que só aumenta o clima de mistério e tensão. Entretanto, os personagens não causam muita empatia no espectador, talvez pelo silêncio e apatia que apresentam em situações extremas. Como num jogo de xadrez, para entender o que se passa em "Motorrad"  é necessário que o espectador preste bastante atenção em pequenas pistas que o diretor entrega sobre o futuro dos personagens.
Segundo Vicente Amorim, o visual do filme foi inspirado no mundo dos HQs, a partir do story-board do premiado quadrinista brasileiro Danilo Beyruth ("Astronauta"), que ajudou o cineasta a desenvolver a estética dos personagens, num figurino pop-rock. A construção visual de "Motorrad" nos apresenta um mundo quase pós-apocalíptico, reforçado pelo mapa de som, enfatizando o ruído do ronco dos motores, pela instabilidade das imagens com uso constante da câmera na mão e pela edição excessivamente videoclipada. 
Filmado no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, "Motorrad" revela um mundo ficcional mórbido, de completo isolamento, que só aumenta a tensão vivida pelos personagens. Com direção de fotografia de Gustavo Hadba, o longa apresenta uma paleta de cores frias, destacando tons cinzas e acres, com pouca saturação, dando uma sensação de fim de mundo. 
Em meio a tantos lançamentos de drama e comédia no cinema nacional, "Motorrad" é uma prova de que o mercado brasileiro também tem espaço para o suspense e terror. Que essa iniciativa abra as portas para mais filmes do gênero.

Elisabete Estumano Freire


ELENCO
Guilherme Prates : Hugo 
Carla Salle : Paula 
Emilio Dantas : Ricardo 
Juliana Lohmann : Bia 
Pablo Sanábio : Tomás 
Rodrigo Vidigal : Rafa 
Alex Nader : Maurício 
Jayme Del Cueto: O Homem Velho

FICHA TÉCNICA
Direção: Vicente Amorim
Produção: LG Tubaldini Jr e André Skaf
Roteiro: L.G. Bayão
Baseado nos personagens criados por Danilo Beyruth
Direção de Fotografia: Gustavo Hadba
Direção de Arte: Tiago Marques
Figurinos: Cristina Kangussu
Música: Lucas Marcier e Fabiano Krieger

Montagem: Lucas Gonzaga​


Pantera Negra


Dirigido por Ryan Coogler, "Pantera Negra" não é apenas mais um filme de super-herói, mas um marco no cinema do gênero por apresentar uma superprodução com elenco predominantemente formado por atores negros. Com um roteiro inteligente, o novo filme do Universo Marvel trabalha questões políticas, ideológicas e de gênero, com personagens bem desenvolvidos e motivações contundentes.


Criado nos anos de 1960, por Stan Lee e Jack Kirby, Pantera Negra foi o primeiro super-herói de ascendência africana a aparecer numa grande editora de quadrinhos. Surgiu numa época de efervescência da luta da população negra pela igualdade dos direitos civis nos Estados Unidos. Contemporâneo dos líderes Martin Luther King, Malcolm-X e o movimento dos "Panteras Negras", o personagem da Marvel Comics é um ícone da força e da coragem dos afrodescendentes. No cinema, foi introduzido em "Capitão América: Guerra Civil", e agora ganha longa próprio, retornando futuramente em "Os Vingadores: Guerra Infinita".


Tudo tem início com a origem de Wakanda, um país formado pela reunião de tribos africanas que se tornou um oásis tecnológico graças ao precioso vibranium, um raro minério com poderes especiais. Para se proteger dos colonizadores ocidentais, os sucessivos reis de Wakanda optaram pelo isolacionismo e a simulação visual. Escondidos por uma densa floresta virtual, a nação africana é vista internacionalmente como um dos países mais pobres do Terceiro Mundo.
O diretor Ryan Coogler e o ator Chadwick Boseman

Qu
ando o Rei de Wakanda, T'Chaka (John Kani) morre num atentado terrorista durante reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), seu filho T'Chala (Chadwick Boseman) assume o trono. Okoye (Danai Gurira) informa que o contrabandista Ulysses Klaue (Andy Serkis) pretende negociar vibranium roubado na Coréia do Sul. Para impedir a transação, eles seguem na missão para recuperar o metal e descobrem o envolvimento do governo dos Estados Unidos no caso. 


Por trás da trama política, o espectador descobre um drama familiar tipicamente shakespeariano. Quando Érik/Killmonger (Michael B. Jordan) desafia T'Chala num duelo, o rei é confrontado pelos erros do passado. Em lados opostos, o ex-combatente militar norte-americano clama por justiça e vingança. Ele não quer apenas que a prosperidade de Wakanda seja compartilhada com os irmãos negros pelo mundo inteiro, mas deseja a guerra e o trono real. Como um justiceiro, sua luta também é contra todos aqueles que se omitiram em séculos de escravidão e segregação racial.


A partir daí um conflito não apenas físico, mas ideológico e político se faz presente. Enquanto Killmonger quer utilizar a tecnologia do vibranium como arma para se vingar de seus inimigos, T'Chala teme pela segurança de seu país. Ele não pretende perder o trono, nem o "way-of-life" dos Wakandianos, ainda que sua omissão política cause o sofrimento dos irmãos negros, como a questão dos refugiados no continente africano, o tráfico de mulheres e a exploração de suas riquezas pelas nações colonizadoras do Primeiro Mundo.

O filme também trabalha a questão de gênero dando grande destaque às personagem femininas. Nakia (Lupita Nyong'o), Okoye (Danai Gurira) e Shuri (Letitia Wright) são inteligentes, carismáticas e dão leveza à trama, com um toque de humor. Elas possuem um grande senso de dever e lealdade, atuando politicamente e não apenas como um refúgio sentimental masculino. Essas mulheres são a força propulsora do longa e responsáveis por algumas das melhores cenas de ação. 


De um modo geral, os personagens são bem trabalhados, possibilitando aos atores várias camadas de interpretação. Não há que se falar em maniqueísmos. Em "Pantera Negra", os "vilões" demonstram coerência em suas ações, assim como os "mocinhos" são inseguros e imperfeitos. 

O roteiro de Ryan Coogler e Joe Robert Cole enfatiza a construção psicológica dos personagens e a reflexão sobre seus diferentes pontos de vista. Não há como se manter eternamente isolado e alheio ao que acontece ao redor, no mundo. A impassividade, o medo, a revolta e a ação surgem a partir do modo como os indivíduos encaram todas as formas de opressão, contra si, outrem ou uma coletividade. 
O designer de produção, a direção de arte e o figurino realizaram um trabalho primoroso, mesclando o misticismo e os elementos tribais com a sofisticação da alta tecnologia. A fotografia valorizou o colorido das vestes tradicionais e dos efeitos visuais. A direção de atores  procurou enfatizar a dança, os ritos e costumes, embalados por uma trilha sonora rica em elementos da cultura afro.
O filme também fez um contraponto entre a tradição e a modernidade, mostrando que o passado cultural de um povo deve ser valorizado e preservado, ainda que essa mesma sociedade busque o avanço tecnológico e científico. O longa também tem vários momentos engraçados, com piadas que funcionam e não parecem forçadas, algo incomum nos filmes do gênero.

Talvez um dos pecados de Pantera Negra seja o uso excessivo das cenas de ação e de motion graphics. Algumas sequências são arrastadas demais, como as batalhas campais, cansando o espectador. As figuras digitais dos personagens também não funcionam muito bem, sendo visivelmente imperfeitas. 
É importante reconhecer que "Pantera negra" elevou os filmes de super heróis a um novo patamar dramático e cênico, focado não somente na ação, mas principalmente na motivação de seus personagens. Com uma narrativa forte e um visual arrojado, o longa surpreendeu a crítica e conquistou o público. Quase um mês em cartaz, o longa entrou para o seleto clube dos filmes do bilhão. Na América do Norte, é o segundo filme de super heróis a ultrapassar a cifra de 1 bilhão de dólares em bilheterias no mundo todo, atrás agora somente de "Os Vingadores", também da Marvel. 


"Pantera Negra" ainda tem no elenco as presenças de Forest Whitaker, Angela Basset, Winston Duke, Martin Freeman, Daniel Kaluuya e Nabiyah Be. E aqui vai uma dica: não vá embora antes do término do filme. Espere uma surpresa nas cenas finais, nos créditos e pós créditos. O diretor e os produtores dão pistas da continuação da saga do Pantera Negra em "Os Vingadores: Guerra Infinita". 


 Elisabete Estumano Freire.

Confira também: "Pantera Negra ultrapassa a marca de 1 bilhão de dólares"



      


THOR: RAGNAROK

Após os sucessos de "Thor" (2011) e "Thor: o mundo sombrio" (2013), que juntos arrecadaram mais de 1.1 bilhão de dólares, os personagens do Universo Marvel estão de volta para defender o reino de Odin de seus inimigos. Dirigido por Taika Waititi, "Thor:Ragnarok" é o terceiro filme da franquia. Com roteiro de Eric Pearson, Craig Kyle e Christopher L. Yost, o longa é uma surpreendente aventura sobre o destino de Asgard e a profecia do Ragnarok, que na mitologia nórdica significa o final dos tempos. Com o peso da maldição sobre o Reino de Asgard e seu povo, caberá ao filho de Odin tentar impedir que ela se cumpra.


Quando Thor (Chris Hemsworth) é feito prisioneiro por Surtur (Clancy Brown), o demônio gigante de fogo, ele toma ciência da maldição de Ragnarok. Ao recuperar seu martelo, o Rei do Trovão consegue voltar para Asgard e se depara com uma nova realidade: O rei Odin (Anthony Hopkins) foi destronado por Loki (Tom Hiddleston). Thor desmascara o irmão e o obriga a encontrar seu pai, que revela a existência de Hela (Cate Blanchett), a primogênita, deusa da morte.  


Primeira vilã do universo Marvel, Hela foi renegada pelo pai que a expulsou de Asgard, depois das batalhas sangrentas pela liderança dos nove reinos. Apesar de ser uma criatura sinistra, com grande poder, a primogênita de Odin reivindica o trono a qualquer custo. No primeiro embate com os irmãos, ela destrói o martelo de Thor e os envia a um planeta distante, Sakaar, governado pelo Grande Mestre (Jeff Goldblum). Lá, Thor é feito prisioneiro e terá que lutar como gladiador até a morte.


Preso num reino distante, e sem seus poderes, Thor precisa encontrar uma maneira de impedir a destruição de Asgard e o domínio de Hela. Para isso contará com a ajuda de seus amigos, Hulk/Bruce Banner, da relutante Valquíria (Tessa Thompson) e do suspeito Loki, que conseguirá se posicionar como um importante aliado na reconquista de Asgard.
O longa de Taika Waititi revela um pouco mais da psicologia dos personagens: mostra um Thor mais consciente das artimanhas de Loki, que apesar das diferenças com o irmão, o ajuda a retomar o trono usurpado por Hela; Loki, por outro lado, revela seu lado divertido, como um rei feliz no início do filme, mas que irá atuar de acordo com as conveniências, apesar de suas aspirações ao trono; temos ainda Skurge (Karl Urban) como um jogador que vive um dilema moral em relação ao medo que tem de Hela e sua lealdade ao povo; o guardião Heimdall (Idris Elba), líder da resistência em território Asgardiano e fiel a Odin; e o professor e cientista Bruce Banner, que após dois anos vivendo em Sakaar como Hulk, começa a duvidar de si mesmo, acreditando não ter mais chances de retomar sua vida na Terra.
Em Ragnarok, o destaque é o elenco feminino. O trabalho de Cate Blanchett como Hela é maravilhoso. A atriz constrói uma personagem adorável, ainda que seja uma vilã. Ela é má e ao mesmo tempo divertida, mostrando toda sua insegurança diante do trono. Tudo o que a primogênita de Odin deseja é o reconhecimento dos argadianos e sua submissão. Temos também a personagem de Tessa Thompson, que rouba a cena como a catadora 142. Na verdade, uma ex-valquíria de Asgard, que trafica lutadores para a Arena de Sakaar. Ela encontra na bebida um bálsamo para tentar esquecer o passado de batalhas. A atração entre ela e Thor será evidente, já que ambos são guerreiros, e ela enfrentará novamente a filha de Odin. 
Apesar da profecia ser sinônimo de destruição e morte, "Thor: Ragnarok" é um dos filmes mais leves e divertidos da franquia. Com muita comicidade, incluindo a sequência com a participação do Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch), o longa sabe dosar drama e humor, com muitas cenas de ação e verdadeiros videoclipes, numa espécie de ópera rock do espaço cósmico. 
"Thor:Ragnarok" tem produção de Kevin Feige, Louis D'Esposito, Victoria Alonso, Brad Winderbaum, Thomas M. Hamer e Stan Lee. 

Elisabete Estumano Freire

A VIGILANTE DO AMANHÁ (2017)


Inspirado no mangá de Shirow Masamune, o filme dirigido por Rupert Sanders (Branca de Neve e o Caçador) traz Scarlett Johansson como Major, a ciborgue da Hanka Robotics que trabalha como agente policial contra crimes cibernéticos.

Para quem é fã do mangá, recheado de críticas sociais e políticas sobre o uso da tecnologia e da cibercultura para controlar mentes humanas, o longa de Sanders pode decepcionar. Com efeitos visuais de tirar o fôlego, o filme é mais um trailler de ação, com muita perseguição e munição à vontade, num ambiente futurista, lembrando sequências de Matrix, Blade Runner e O exterminador do Futuro, além da própria versão em anime, lançada em 1995, dirigida por Mamoru Oshii.  Na verdade, o filme estrelado por Johansson tem muito da versão de Mamoru Oshii, visualmente falando, mas pouco em conteúdo, já que as questões políticas não são aprofundadas, principalmente a ação governamental na usurpação de almas e manipulação de corpos. O ciberterrorismo é abordado, ainda que não seja o tema central, já que o foco da narrativa é o questionamento da memória como busca da identidade. Também não há críticas sobre o uso ideológico e abusivo da mídia.

Takeshi Kitano no papel de Aramaki
Major, na versão de Sanders, está passando por uma espécie de crise existencial, ou seja, quer descobrir sua porção humana dentro de um corpo de máquina. A definição de sua identidade, incluindo sua sexualidade, é o que move a personagem, na maior parte do tempo. Por outro lado, ela tem por missão garantir a segurança dos cientistas da Hanka Robotics, incluindo a sua criadora, a Dra. Ouelet (Juliette Binoche). O encontro com o fugitivo Kuze (Michael Pitt) será decisivo para a ciborgue, que descobrirá fatos ocultos de seu passado.  

Johansson está bem no papel de Major Motoko Kusanagi. Ainda que muitos desejassem que a protagonista fosse uma atriz japonesa, e não um rosto conhecido de Hollywood, ela consegue encarnar a ciborgue, seja na estranheza do olhar, do comportamento, ou na sensualidade fria da personagem de Shirow Masamune. Pilou Asbaek(Games of Thrones/ Ben-Hur) faz Batou, o companheiro de ação de Major; o ator britânico Peter Ferdinando (300: a ascensão do Império) interpreta Cutter, responsável executivo dos projetos cibernéticos da Hanka Robotics. Destaque para a estrela do cinema japonês, Takeshi Kitano, no papel de Aramaki, o chefe do setor 9, responsável por combater os crimes cibernéticos.

A discussão sobre a importância da ética no uso da tecnologia pela comunidade científica, assim como o velho confronto entre criador e criatura é o centro da narrativa. Numa sociedade interconectada, o poder da rede, do desenvolvimento da robótica e da nanotecnologia mudou a noção de humanidade, reconstruída a partir da consciência e da memória. Entretanto, se essa memória pode ser manipulada não há verdades absolutas, deixando os indivíduos à deriva. Deste modo, num mundo globalizado, o sentimento de pertencimento, o perdão do passado e a vontade de continuar, ou seja, seguir em frente acreditando no futuro, é a força motriz para a evolução da humanidade, ainda que tardia. “Não somos nossas lembranças, elas não nos definem. O que nos define é o que fazemos. Nossa humanidade é o que nos define” é o recado do filme.

Apesar de entender que tal mensagem soa contraditória com a ideia de preservação da memória social e política, como ferramenta de conhecimento do passado, necessário para a tomada de decisões no futuro, vejo o filme de Rupper Sanders como mais uma metáfora sobre a humanidade e o perigo da falta de ética na utilização da tecnologia e da cibernética, inspirado na obra de Shirow Masamune.


Elisabete Estumano Freire


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A vigilante do amanhã (2017)
Título Original: Ghost in the Shell
Duração: 1h 47m
Direção: Rupert Sanders
Roteiro: Shirow Masamune (baseado na obra de), Jamie Moss, Whiliam Wheller, Ehren Kruger.
Estrelando: Scarlett Johansson, Takeshi Kitano, Pilou Asbaek, Juliette Binoche.

Ver mais informações no IMDB - A VIGILANTE DO AMANHÃ (2017)

Sully, o heroi do Rio Hudson (2016)



“Sully – o herói do Rio Hudson” apresenta a surpreendente história real do vôo 1549, da US Airways, que realizou um pouso forçado no rio Hudson, em janeiro de 2009, e de seu piloto, o capitão Chesley “Sully” Sullenberger, interpretado por Tom Hanks. Na ocasião, apesar do alto risco do procedimento, todos os tripulantes e passageiros saíram com vida.

Além de narrar os eventos daquele episódio, o filme mostra os rumos da investigação do acidente e as audiências junto ao Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB), que tentou incriminar Sully (Tom Hanks) e seu copiloto Jeff Skiles (Aaron Eckhart) por imperícia.

Com direção e produção executiva de Clint Eastwood, o longa tem roteiro de Todd Komarnicki, baseado no livro Highest Duty, de Sullenberger e Jeffrey Zaslow. Eastwood optou por realizar uma narrativa centrada na figura de “Sully” (Tom Hanks) mostrando o drama de um homem assombrado por pesadelos, durante as audiências do Conselho Nacional de Segurança, enquanto era ovacionado pela população e pela mídia, com flashbacks do que realmente aconteceu no vôo 1549.

O verdadeiro "Sully"ao lado de Clint Eastwood e Tom Hanks
Clint Eastwood e sua equipe de produção tentou dar ao filme um tom quase documental, apresentando imagens reais do episódio, filmando nos arredores do incidente e em Nova Yorque, além de recrutar socorristas aéreos e marítimos e vários funcionários da Cruz Vermelha e voluntários que participaram do resgate.

Além de Tom Hanks (“Ponte dos Espiões”, “Forrest Gump – o contador de histórias”) e Aaron Eckart (“Invasão à Casa Branca”, “Batman – o cavaleiro das trevas”), o filme ainda conta com a presença de Laura Linney (“A Família Savage”, “Kinsey – Vamos Falar de Sexo”, da série de TV “The Big C”) no papel da esposa de Sully, Lorrie Sullenberger.

Em 15 de janeiro de 2009, o Airbus A320, partiu do aeroporto de LaGuardia, em Nova Yorque, com destino a Carolina do Norte,  com 155 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes.  Logo após a decolagem, a 853 metros de altitude, os motores da aeronave foram danificados por uma revoada de pássaros. Percebendo que não conseguiria voltar com segurança para o aeroporto de  LaGuardia ou ir para o aeroporto de Teterboro, em Nova Jersey, Sully decidiu pousar nas águas do Rio Hudson. A perícia técnica do capitão Sully e seu copiloto, aliado a agilidade da equipe de resgate, acionada próximo ao local, fez com que todos saíssem do acidente com vida.


Elisabete Estumano Freire



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Sully- o heroi do Rio Hudson (2016)
Título Original: Sully
Duração: 1h36min (biografia, drama)

Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Todd Komarnicki, Chesley Sullenberger, Jeffrey Saslow
Estrelando: Tom Hanks, Aaron Eckhart, Laura Linney


NERVE – UM JOGO SEM REGRAS (2016)


A manipulação de jovens através das redes sociais é o tema central de NERVE – UM  JOGO SEM REGRAS. A película baseada no livro de Jeanne Ryan, conta a história da jovem Vee (Emma Roberts) uma adolescente sem muita vida social que, instigada por sua amiga Sidney (Emily Meade), decide participar de NERVE, um jogo online, em que os participantes são divididos em duas categorias: observadores ou jogadores. Os observadores escolhem as tarefas dos jogadores, que são obrigados a cumprir vários desafios, em troca de fama instantânea e muito dinheiro.

Durante a realização de suas tarefas, Vee conhece Ian (Dave Franco), que se torna seu parceiro no game. A química entre os dois é visível e eles terminam subindo no ranking dos observadores, que enviam tarefas cada vez mais arriscadas. A dupla acaba atraindo a inveja e a raiva dos demais jogadores, que disputam entre si o maior número de visualizações. Todos querem ir para a final e serem vencedores de NERVE. Entretanto, Vee descobre que se tornou uma prisioneira do jogo.

O longa mostra os perigos das redes sociais, não somente pela exposição, mas também pelo controle da vida das pessoas. O filme trabalha com a euforia da adolescência, em que os jovens tentam se autoafirmar a qualquer custo, mesmo se colocando em situações de risco. Apresentando uma situação limite, a narrativa faz uma crítica ao mundo digital, mostrando uma sociedade em que indivíduos são monitorados 24horas, por olhares atentos ao celular, num grande BIG BROTHER. Uma sociedade em que anônimos se escondem em pseudônimos para cometer diversos crimes não somente na internet, mas na vida real, baseados numa falsa sensação de segurança e impunidade.

Elisabete Estumano Freire.

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NERVE – UM JOGO SEM REGRAS (2016)
DURAÇÃO: 1h36min (aventura, crime, mistério)

Direção: ARIEL SCHULMAN, HENRY JOOST
Roteiro: Jeanne Ryan, Jessica Sharzer
Estrelando: EMMA ROBERTS, DAVE FRANCO, EMILY MEADE, JULIETTE LEWIS
Mais informações: IMDB - NERVE (2016)

Estreia: 25/08/2016

John Wick - Um Novo Dia para Matar (2016)


Em “John Wick - Um Novo Dia para Matar” (John Wick: Chapter 2), após a morte da esposa, o lendário personagem John Wick (Keanu Reeves), pede a aposentadoria depois de sua última missão como matador profissional. Devido a um pacto de sangue (promissória) feito a Santino D’Antônio (Riccardo Scamarcio) um influente membro da organização mafiosa na Itália, o personagem terá que voltar à ativa e enfrentar seus ‘amigos’ e piores inimigos.

O longa, de ação e suspense, é dirigido por Chad Stahelski  (‘John Wick’ e ‘V de Vingança’), que explora o submundo do crime, com inteligência e ironia. Com muitas cenas de luta marcial, tiros, explosões e perseguição de carros, há uma ênfase na ética e no respeito às normas de conduta da máfia, única moeda de troca válida numa sociedade corrupta e sem lei. A organização criminosa, com suas regras rígidas, talvez seja a única saída possível para os personagens manterem-se numa pretensa ‘civilidade’, em que o diálogo é possível através da sinceridade e da explicitação de seus atos. A morte é anunciada dentro de uma espécie de acordo de ‘cavalheiros’. A figura misteriosa do personagem Winston (Ian McShane), e o mundo em torno do hotel Continental, sede da organização, completam o universo ficcional de John Wick.

O filme mostra como a máfia se organiza, ramificada em várias organizações rivais, utilizando-se de verdadeiros simulacros sociais. A separação da extrema pobreza e a riqueza da alta cúpula, na figura dos personagens Rei (Laurence Fishburne) e Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio) são a interface desta representação. Outro personagem interessante éAres (Ruby Rose), capanga e segurança surda-muda de Santino, cujo diálogo é feito através de marcas gestuais e do recurso de legendas.

Ambientado em Roma e em Nova Yorque, o diretor cria uma composição visual entre o clássico e o moderno, misturando o glamour dos cenários italianos e o ambiente futurista e espelhado de uma exposição do museu de arte moderna de Nova Yorque. Utilizando-se de uma edição videoclipada, Chad Stahelski  faz referências explícitas à trilogia Matrix (1999- 2003), criada pelos irmãos Wachowski. O diretor de John Wick reúne os atores Keanu Reeves e Laurence Fishburne num diálogo bem humorado em que seus personagens, nas entrelinhas, fazem referências à trilogia de Matrix. Outra sequência de destaque é a perseguição silenciosa, em que John Wick (Reeves) e Cassian (Rapper Common) trocam tiros na estação do metrô sem serem notados pelos transeuntes, numa clara alusão à virtualidade, em que todos estão enclausurados em si mesmos, sem reparar no que acontece ao seu redor. Num mundo globalizado e interconectado, todos são potenciais inimigos, tão letais quanto o próprio protagonista, que de caçador torna-se a própria caça.

 “John Wick - Um Novo Dia para Matar” (John Wick: Chapter 2) estreia dia 16 de fevereiro nos cinemas.


Elisabete Estumano Freire

Avaliação do filme: Bom

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John Wick - Um novo dia para matar (2016)
Título original: John Wick: Chapter 2
Duração: 2h2min (ação, crime, suspense)
Direção: Chad Stahelski
Roteiro: Derek Kolstad
Estrelando: Keanu Reeves, Riccardo Scarmarcio, Ian McShane
Mais informações: IMDB: JOHN WICK - UM NOVO DIA PARA MATAR (2016)